Como já comentei aqui, estou grávida do meu segundo filho e
há algum tempo quero falar sobre esse tema com vocês. Porém, não dá para falar
da minha segunda gestação sem falar um pouquinho da primeira.
Engravidei aos 27 anos e até perdi peso no início da
gestação de tanto que eu vomitava. Cheiro de comida, perfumes, pensamentos,
tudo me enjoava. Apesar de ter passado muito mal no primeiro trimestre, a
gravidez corria muito bem até eu chegar na 33a. semana, quando
apresentei uma leve alteração de pressão arterial.
Com a subida da pressão e por ter passado mal, fiquei
internada por uma noite para melhor avaliação e monitoramento da pressão
arterial. Após passar uma noite no hospital, recebi alta médica e fui orientada
a ir pra casa, ficar em repouso e não consumir sal. Passei uma noite em casa,
muito indisposta e ao amanhecer, passei muito mal. Voltei para o hospital, com
muita dor de cabeça e sem conseguir manter qualquer alimento no estômago.
Chegando lá, fui internada novamente e passei o dia monitorada...pressão
subindo e meu bebê já apresentando sofrimento e o pior de tudo, meu médico
estava em cirurgia e simplesmente havia desaparecido o dia todo, reaparecendo
somente por volta das 20h, quando os médicos de plantão no hospital já buscavam
alternativas para fazer o parto uma vez que o risco se agravava a cada minuto.
O quadro era de pré-eclâmpsia e meu médico, quando surgiu, chegou dizendo que
precisávamos fazer o parto e que seria um parto de risco.
Meu marido foi chamado pelo médico e ele avisou que em
situações como essa, a conduta era priorizar a vida da mãe em detrimento do
bebê. Imaginem o clima do meu parto. Passado o susto, em 15 minutos nasceu o
João e sua nota no Teste de Apgar foi 1. Ou seja, bebê requerendo cuidados
complexos. Nem vi direito o João e ele já foi removido para a UTI neonatal e lá
permaneceu por 10 dias. Recebida alta, apesar de ter nascido prematuramente, se
desenvolveu perfeitamente, crescendo super forte e saudável.
Os anos passaram e eu sempre querendo outro filho, até que
em 2007 engravidei novamente, agora com 32 anos. Infelizmente, perdi o bebê com
8 semanas de gestação. Fiquei arrasada e pensava que não era possível...pré-eclâmpsia
na primeira gravidez, aborto espontâneo na segunda. Com o passar do tempo, fui
deixando esse objetivo adormecido, sempre surgiam novas prioridades, afazeres,
correria do dia a dia, mas sempre que eu via um bebê por perto, ficava
encantada e pensava: ainda vou ter mais filhos. Acho muito importante a
presença de irmãos, a divisão de responsabilidades, expectativas dos pais, etc...
sem contar que casa cheia é uma delícia.
Meu marido estava muito confortável com a idéia de ter
apenas um filho e achava que diante dos problemas da primeira gestação e da
perda do segundo bebê, não deveríamos nos expor a riscos, que tínhamos que
agradecer por já termos um filho e viver a vida intensamente.
Mas eu sempre sonhando com mais um bebê, achando importante
a presença de um irmão para nosso filho e aos poucos, acabamos por concordar em
tentar novamente. Porém eu já estava com 39 anos. Todos os meses era a mesma
frustração, tabelas, testes de ovulação, simpatias, aplicativos de celular e
nada. Foi aí que tomamos a decisão de buscar ajuda médica e avaliarmos um
tratamento de fertilização.
Após conversarmos com amigos e muito pesquisarmos, chegamos
à indicação de uma Clínica especializada em tratamentos para fertilização.
Marcamos a consulta e lá fomos nós. Conversamos muito com o médico durante a
consulta e saímos com muitas dúvidas e vários pedidos de exame.
Apesar de todas as explicações que recebemos sobre
infertilidade e suas causas, no fundo eu pensava que não havia problema algum,
que era uma má sorte, uma vez que engravidei naturalmente nas tentativas
anteriores e sempre no primeiro mês. A verdade era que eu achava que era uma
questão de ansiedade...rsrsrs
Fizemos todos os exames e, para minha surpresa, descobri
que meu estoque de óvulos era muito baixo, além de uma pequena mutação genética
que facilitava a formação de trombos. Os exames do meu marido também mostraram
algumas pequenas alterações, mas nada muito relevante.
Diante dos resultados, a recomendação do médico foi a
fertilização in vitro – FIV. Ele explicou todo o tratamento e definimos que
iniciaríamos a partir do 1º dia do meu próximo ciclo menstrual. Nesse dia, fui
à Clínica para fazer exame de sangue, ultrassom e iniciar com a medicação.
Basicamente, a medicação consiste em injeções de hormônio
que incentivam a produção e desenvolvimento dos óvulos. Passado esse período de
indução à formação dos óvulos, foi marcada uma data para coleta e fertilização
in vitro.
Mesmo com o tratamento, conseguimos apenas 3 óvulos aptos
para fertilização e assim fizemos. Nesse momento, começa a corrida para
acompanhar o desenvolvimento dos embriões e todos os dias recebíamos ligações
da clínica informando sobre o “status” de desenvolvimento de cada um does três.
Esse período é super rápido, aproximadamente 3 dias e, infelizmente, tivemos um
embrião que parou de se desenvolver no primeiro dia e outro que parou no segundo
dia. Ao final do terceiro dia, tínhamos apenas um embrião desenvolvido.
Optamos por fazer o mapeamento genético do embrião
pré-implantação e, após esse exame, recebemos a tão esperada confirmação de que
tínhamos um embrião apto à implantação e que ela deveria ocorrer no mesmo dia e
assim foi feito.
Pelo protocolo médico, o recomendável numa FIV para uma
mulher da minha idade, nesse momento estava com 40 anos, era a implantação de 4
embriões para uma taxa de sucesso de fixação em torno de 20%. Ou seja, a
ansiedade continuava e nós tínhamos apenas 1 embrião o que, em tese, reduzia
bastante as nossas chances.
A implantação do embrião foi muito rápida, um procedimento
bastante simples e precisávamos de 12 dias para poder realizar o exame e
confirmar a gravidez. Se o exame fosse positivo, era necessário refazer após 3
dias da confirmação e se desse positivo novamente, refazer em mais 7 dias. Para
nossa felicidade, deu tudo certo, mesmo havendo somente 1 embrião para
implantação. A gravidez foi muito tranquila, não senti tantos enjoos como na
primeira e estou tomando um medicamento para evitar a formação de trombos.
Estamos muito felizes, com 37 semanas, aguardando ansiosos a chegada do Joaquim
provavelmente para a primeira semana de maio
.
Se eu posso dar um conselho para vocês, minha recomendação
é que nunca deixemos de sonhar e que busquemos tudo que estiver disponível para
alcançarmos nosso objetivo. A medicina existe para nos ajudar! Em pouquíssimas
semanas meu sonho será realizado e estarei com meu bebê nos braços....mas aí é
que começará uma nova história......ou seja, muitos outros assuntos para
falarmos.
Um beijo,
Drica Fonseca
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